É impossível ficar indiferente à fragrância que emana das folhas da Lúcia-lima (Aloysia triphylla), também é conhecida como Limonete e Bela-luísa entre outros nomes comuns. O aroma a limão é refrescante, puro e intenso. Leva-nos a desejar ter pelo menos um arbusto na nossa horta.
Características
É um arbusto nativo da América do sul. As folhas são de textura áspera, alongadas e pontiagudas. O caule é estriado com colorações verdes e vermelhas. Fica lenhoso a partir do segundo ano. As flores são pequenas e com coloração branca e púrpura. Aparecem no final da primavera ou início do verão e crescem em forma de cachos nas extremidades dos caules e nos ramos. Quanto às sementes, são pequenas e em forma de lágrima com tons de castanho-escuro.
Cultivo
O cultivo da Lúcia-lima, não exige grandes cuidados. O crescimento do arbusto pode ir dos 60 cm até aos 4 m ou mais. Os valores do crescimento vão depender muito do clima. Em climas temperados como em Portugal, pode facilmente chegar a atingir 1,5 m. Nos climas mais quentes, pode atingir os valores máximos descritos acima.
Gosta de uma boa exposição solar, solo leve, bem arejado e alcalino. Contudo adapta-se bem a outros tipos de solo. Em solos pobres, as plantas ficam mais fortes e aguentam melhor o inverno. Tem pouca tolerância ao frio, mas com alguns cuidados, é capaz de suportar temperaturas negativas. É comum durante os períodos mais frios, perder as folhas por completo ou quase.
Se for uma planta jovem, dever ser protegida durante o período das geadas mais intensas. Em zonas com temperaturas negativas prolongadas, para evitar a morte da planta, é aconselhável uma poda quase ao nível do solo e proteger as raízes com uma cobertura orgânica boa e espessa. No início da primavera, ela vai rebentar novamente.
Embora esteja adaptada ao nosso clima, é difícil conseguir que produza sementes com viabilidade para germinação. Por isso, em Portugal a propagação é vulgarmente feita por estaca. Se preferir pode sempre comprar mudas já preparadas para o plantio. Encontram-se com muita facilidade. Se optar por comprar sementes, deve semear na primavera.
Cuidados
Deve ser podada com regularidade e de forma intensa. Isso vai evitar que envelheça rapidamente e que fique excessivamente lenhosa e contorcida. Também estimula o crescimento de novos ramos. Após a floração, a poda deve ser geral e profunda. Vai ajudar a resistir ao inverno. Evite que a planta fique “sufocada” por outras. Para ajudar a evitar as pragas como a mosca branca, é importante que tenha um bom arejamento circundante.
As regas devem ser regulares, mas não intensas ao ponto de deixar o solo encharcado pois pode contribuir para o surgimento da podridão radicular. Se possível, regue sempre pelo pé. Evite molhar as folhas em especial nas horas de calor para não favorecer o aparecimento de doenças como o oídio. Tenha também em atenção os sinais de mosca branca e de afídeos (piolho, pulgões). Ataque logo no início da infestação para evitar grandes estragos na planta.
Usos
As folhas da Lúcia-lima têm muitos usos conhecidos.
Podem ser usadas para fazer infusões com efeito calmante, diurético e antidepressivo. Tenha cuidado! Grandes doses diárias desta infusão podem provocar problemas gástricos.
Pode também ser usadas na culinária para aromatizar pratos de peixe e aves.
É muito comum ser também utilizadas em saquinhos de cheiro (pot-pourris) para perfumar a casa. Neste caso, devem ser secas previamente.
A secagem das folhas, segue os princípios comuns à secagem de outras ervas. Pode colhe-las sempre que necessário. Porém, se deseja aproveitar em força todo o potencial e propriedades das folhas, deve colhe-las antes do início da floração.
Outro cuidado importante a ter em conta é colhe-las pela manhã, assim que o sol já tiver secado o orvalho. Depois deixe-as a secar num local escuro e arejado até estarem completamente desidratadas. Depois de secas, podem durar facilmente 2 ou 3 anos sem perder o cheiro.
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