Saiba quais as pragas e doenças mais comuns nesta época do ano e como evitá-las e porque é fundamental controlá-las com sucesso?
As espécies hortícolas fazem, desde há largos séculos, parte do dia a dia do Homem, pois são fundamentais na nossa dieta. Mas com o enorme aumento populacional a nível mundial, é justificável a preocupação com a ocorrência de agentes nocivos, pragas e doenças sobre estas plantas.
No presente artigo, e dada a vasta gama de espécies hortícolas existentes e também de agentes nocivos que com elas interagem, dar-se-há destaque não só às hortícolas mais relevantes, como se terá o mesmo tipo de atenção para com as pragas mais comuns.
Ácaro-branco das hortícolas
Hospedeiros: Beringela, citrinos, feijão, ornamentais, pimentos, tomate…
Diagnóstico
Adultos: Corpo oval, quatro pares de patas, coloração branca-amarelada translúcida, abdómen da fêmea oval e amarelo-pálido, cerca de 0,2 mm de comprimento. Macho mais pequeno, mas com as patas maiores.
Ovos: Cor branca; possuem tubérculos hexagonais; forma oval; dimensão 0,10 mm x 0,075 mm; dispostos geralmente sobre os rebentos.
Larvas: Possuem três pares de patas; têm pouca mobilidade; desenvolvem-se na página inferior e nos rebentos.
Alterações morfológicas: Nervuras e margens das folhas deformadas; queda dos botões florais, dos rebentos apicais e danos no fruto.
Danos: Cloroses no fruto; pústulas no fruto; fissuras no fruto; queda do fruto; diminuição da produção.
Controlo: Uso de predadores fitoseídeos; pulverização com acaricida e inseticida homologado.
Escaravelho-da-batateira
Hospedeiro: Batata.
Diagnóstico
Adultos: Coleópteros; com a cabeça e o tórax de cor escura; corpo amarelo-alaranjado, apresentando linhas negras nos élitros.
Ovos: Oval e de cor amarela.
Larvas: Volumosas; cor vermelha-alaranjada; cabeça preta; manchas negras nos lados do abdómen.
Pupas: Cor vermelha ou alaranjada, encontrando-se escondidas no solo.
Alterações morfológicas: Folhas roídas.
Danos: Perda da área foliar; diminuição de hidratos de carbono para os tubérculos; redução da produção final; redução da qualidade da batata produzida.
Controlo: Evitar adubação rica em azoto; matar manualmente os primeiros insetos; uso de inseticidas homologados.
Miriápodes
Hospedeiros: Batata, couve, milho…
Diagnóstico
Adultos: Asas anteriores de coloração cinzenta a castanha, e posteriores brancas, de 3 a 6 cm.
Ovos: Coloração cinzenta ou rosa, apresentam estrias longitudinais, de 0,5 mm de diâmetro.
Larvas: Coloração cinzenta-mate, com pontos negros ao longo do corpo, cabeça pequena, o corpo é de superfície lisa e, marcado com linhas longitudinais, patas abdominais pouco desenvolvidas — 3 a 5 cm.
Pupa: Coloração amarelo-acastanhada, 1,7 a 1,9 cm de comprimento.
Alterações morfológicas: Folhagem, colos e raízes das plantas apresentam roeduras efetuadas pelas larvas.
Danos: Larvas jovens alimentam-se das folhas tenras; larvas maiores causam estragos no colo e originam a morte da planta; estragos mais importantes em plantas jovens; larvas mais desenvolvidas ocorrem ao nível do sistema radicular; redução da produção.
Controlo: Evitar solos húmidos, lavoura; bem como solos com forragens, milho ou batata; fazer rotação de culturas; evitar solos com mais de 30 lagartas/m2; observação cuidadosa das infestantes, pois é aí que ocorrem posturas; pulverização com inseticida homologado.
Lagarta-do-tomate
Diagnóstico
Adultos: Cerca de 2 cm; corpo castanho claro nas fêmeas e esverdeado no caso dos machos; asas anteriores são castanhas-ocre.
Ovos: Arredondados; cor esbranquiçada; cerca de 0,5 mm de diâmetro e com estrias meridionais.
Larvas: Forma cilíndrica; coloração diversa, evoluindo para tons verdes- -acastanhados; chegam a medir 4 cm de comprimento;
Alterações morfológicas: Folhas roídas; frutos perfurados. Danos: Perda da área foliar; redução da produção final; redução da qualidade do tomate produzido.
Controlo: Usar armadilhas; uso de inseticidas homologados.
Para combater as pragas e doenças com sucesso é essencial atuar no início do ataque e tentar fazer o diagnóstico precoce.
Quando há condições de humidade e temperatura elevadas, estão reunidas as condições para o aparecimento de um maior número de pragas e doenças e temos de estar mais atentos e observar as alterações nas plantas.
Rosca-negra
Hospedeiros: Alface; batata; couve; tomate; milho…
Diagnóstico
Adultos: Traça de cor ocre com asas anteriores de coloração pardo-escura com marcas claras e asas posteriores esbranquiçadas, com reflexos violeta e as margens de castanho mais escuro — 3 a 4,5 cm de envergadura.
Larvas: Corpo cilíndrico de cor acinzentada ou preta com faixas dorsais laterais mais claras — 2 a 5 cm de comprimento.
Alterações morfológicas: Folhagem e frutos das plantas apresentam roeduras efetuadas pelas larvas;
Danos: Larvas alimentam-se das folhas tenras originando elevada perda da superfície foliar e de frutos reduzindo diretamente a produção; originam desgastes por vezes preocupantes.
Controlo: Evitar estrume fresco; sachas frequentes antes da sementeira; soltar galinhas antes da sementeira; captura manual das lagartas a 10 cm de profundidade; fazer rotação de culturas; pulverização com inseticida homologado.
Tripes-da-califórnia
Hospedeiro: Alface; feijão; melão; morango; pimento; tomate;
Diagnóstico
Adultos: Tisanóptero com corpo alongado de coloração amarela-acastanhada; patas de coloração amarela-palha; cerca de 2 mm de comprimento.
Larvas: Coloração amarela-clara, cerca de 1,5 a 2 mm de comprimento.
Pupas: Coloração amarela-clara, cerca de 1,5 a 2 mm de comprimento.
Cloroses: Folhas adquirem tom esbranquiçado e vão escurecendo, frutos ficam com tom bronzeado (morango), flores perdem a cor e apresentam logo cicatrizes.
Necroses: Pontos necrosados pelas posturas com halo, especialmente nas folhas e frutos, verrugas.
Danos: Sucção do conteúdo celular das folhas, redução da taxa fotossintética, queda prematura das folhas, lesões no fruto, queda prematura do fruto, morte da planta, diminuição da produção, vetor do vírus SWV.
Controlo: Pulverização com inseticida homologado.
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