Saiba como cultivar em modo biológico esta árvore tão decorativa e que produz frutos deliciosos e saudáveis.
Ficha Técnica
(ROMÃZEIRA – ROMÃ – GRANADA):
Nome cientifico: Punica granatum L.
Origem: Zona meridional e Sudoeste da Ásia (Palestina, Irão, Paquistão e Afeganistão) e Grécia.
Família: Punicaceae
Factos históricos:
Cultivada antes de Cristo, pelos fenícios, gregos, egípcios, árabes e romanos. No museu sobre o Egito em Berlim, podemos ver três romãs da época da 18.ª dinastia egípcia que datam de 1470 a.C. Os romanos chamavam-lhe maçã cartaginesa e era considerado um símbolo de ordem, riqueza e fecundidade. É um “fruto bíblico”, pois aparece citado em varias ocasiões no livro sagrado. Também foi apreciado pelos egípcios, pois está pintado num dos túmulos de Ramsés IV.
Em Israel, é considerada uma planta sagrada. Há inclusive uma lenda que atribui ao cálice da romã a forma da coroa do rei Salomão, que passou a ser usada por todos os reis do mundo.Os principais produtores são: região mediterrânica, Arábia, Irão, Afeganistão e Califórnia.
Descrição:
Pequena árvore ou arbusto, caducifólio, que pode atingir 2-7 m de altura, de folha caduca. A raiz é superficial e pode alcançar grandes distâncias. A planta dá origem a rebentos vigorosos que devem ser eliminados, deixando apenas os mais fortes (ou apenas um). As folhas são opostas e lisas com pecíolos curtos. Os frutos têm a forma globosa, de casca coriácea, vermelha ou vermelha-amarelada, com inúmeras sementes angulosas cobertas com uma pequena camada de polpa de cor avermelhada ou rosa e ligeiramente transparente.
Polinização/fecundação:
As flores são hermafroditas (têm os dois “sexos”), aparecem nos ramos do ano, não sendo necessário mais do que uma árvore para ter frutos. Florescem de abril a julho.
Ciclo biológico:
A árvore começa a produzir ao 3.º ano e atinge a plena produção aos 11 e pode viver até aos 100 anos.
Variedades mais cultivadas:
As variedades podem ser escolhidas de acordo com: índice de maturação (acido ou doce), tamanho, dureza das sementes, cor da epiderme e época de colheita.
Assim temos:
“Mollar de Elche” (fruto largo de cor vermelha-escura), “Albar”, San Felipe”, “Cajín”(fruto grande e agridoce), “Piñón tierno”, “Dulce colorada”, “De Granada”, “Chelfi”, “Gabsi”, “Ajelbi”, “Tounsi”, “Zeri”, “Maiki”, “Tanagra”(Gregas) , “Ar-Anar”, “Selimi”, “Wardy”, “Reed Kandagar”, “Wonderful”, “Paper Shell” (muito doce e fruto largo e vermelho), “Grano de Elche” (grão de cor vermelha-escura e “caroço” pequeno), e “Grenadier de Provence”(em França).
Parte comestível:
O fruto (balausta), de forma globosa. Também são utilizadas as folhas, casca da raiz e do fruto para efeitos medicinais.
Condições ambientais
Tipo de clima:
Os subtropicais são os melhores (verão quente e seco), mas também se pode adaptar a tropicais e temperados.
Solo: Profundos, frescos, arenoargilosos ou argilosos, bem drenados e alcalinos.
Temperaturas:
Ótimas: 15-25 ºC; mín.: 15 ºC; máx.: 40 ºC.
Congelamento: -18 ºC.
Morte da planta: -20 ºC.
Exposição solar: Pleno sol.
Quantidade de água (precipitação mínima): 200 mm/ano, mas a ideal para produzir bons frutos é de 500-700 mm/ano
Humidade atmosférica: Média ou baixa.
Fertilização
Adubação: Estrume de peru, ovelha e bovino. Aplicar terra vegetal, adubos ricos em algas, farinha de ossos e composto orgânico.
Adubo verde: Azevém e fava.
Exigências nutritivas: 3-1-2 ou 2-1-3 (N: P: K) e grandes quantidades de cálcio e magnésio.
Técnicas de cultivo
Preparação do solo:
Lavrar o solo entre 50-80 cm de profundidade no verão. Juntar estrume bem decomposto com uma fresa.
Multiplicação:
Por estaca, com ramos entre os 6 e 12 meses de idade e 20-30 cm de comprimento e 0,5-2 cm de diâmetro. Devem ser retirados entre fevereiro e março e colocados em vasos na estufa.
Data de plantação: No inverno (janeiro-fevereiro), com plantas com mais de 2 anos.
Compasso: 6 x 4 m ou 5 x 4 m.
Amanhos: Poda de ramos “ladrões”, poda de formação e de produção; monda de frutos.
Regas: Localizada (gota a gota) com 3000-6000 m3/ha/ano (nos períodos mais secos).
Entomologia e patologia vegetal
Pragas:
Zeuzera, pulgões, cochonilha, nemátodes, mosca mediterrânica (Ceratitis capitata) e ácaro vermelho.
Doenças:
Alternaria, podridão do fruto e crivado.
Acidentes/carências:
Rachas, “golpe de sol” (dias com altas temperaturas e sol intenso) e escaldado (aguas salinas e drenagem deficitária). Não gosta de seca prolongada seguida de chuvas intensas.
Colheita e Utilização
Quando colher:
De setembro a novembro, quando o fruto adquire o seu peso (180-350 g) e cor característicos, mais ou menos 5-7 meses depois da floração.
Produção:
40-50 kg/árvore/ano em plena produção. Uma árvore com 11 anos pode produzir 500600 frutos.
Condições de armazenamento:
Deve ser feito a 5 ºC, com 85-95% de humidade relativa e etileno e dióxido de carbono controlados, conserva-se 1-2 meses.
Usos:
Pode ser comido fresco, em sumo, bolos e gelados. Medicinalmente, tem propriedades diuréticas, adstringentes, combate o colesterol, e a arteriosclerose.
Composição nutritiva (por/100g):
50 kcal, 0,4 g de lípidos, 0,4 g de proteínas, 12 de hidratos de carbono, 3,4 g de fibra. É rica em cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio e vitamina A, B e C.
Conselho de especialista:
Árvore decorativa e utilizada em jardins (variedades ornamentais), gosta do clima mediterrânico, resiste à seca. Escolha uma variedade doce e faça a condução de acordo com o local (em forma de arbusto ou árvore). Pouco exigente na escolha do solo, adapta-se bem a terrenos pouco férteis e de pouca qualidade.
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